"Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se: amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic"

quinta-feira, janeiro 17, 2013

Café com Microtauro: Discos de Vinil



O disco de vinil, conhecido simplesmente como vinil, ou ainda Long Play (LP) é uma mídia desenvolvida no final da década de 1940 para a reprodução musical, que usa um material plástico chamado vinil (normalmente feito de cloreto de polivinila, ou PVC), usualmente de cor preta, que registra informações de áudio, que podem ser reproduzidas através de um toca-discos.
O disco de vinil possui microssulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico. Este sinal elétrico é posteriormente amplificado e transformado em som audível (música).
O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode tornar-se uma falha, a comprometer a qualidade sonora. Os discos precisam constantemente ser limpos e estar sempre livres de poeira, ser guardados sempre na posição vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção (conhecidas, vulgarmente, como capa de dentro e de fora). A poeira é um dos piores inimigos do vinil, pois funciona como um abrasivo, a danificar tanto o disco como a agulha.

História

O disco de vinil surgiu no ano de 1948, tornando obsoletos os antigos discos de goma-laca de 78 rotações - RPM (rotações por minuto) -, que até então eram utilizados. Os discos de vinil são mais leves, maleáveis e resistentes a choques, quedas e manuseio (que deve ser feito sempre pelas bordas). Mas são melhores, principalmente, pela reprodução de um número maior de músicas - diferentemente dos discos antigos de 78 RPM - (ao invés de uma canção por face do disco), e, finalmente, pela sua excelência na qualidade sonora, além, é lógico, do atrativo de arte nas capas de fora.
A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX.

No Brasil

No Brasil, o LP começou a perder espaço em 1992. Em 1993 foram vendidos no Brasil 21 milhões de CDs e 17 milhões de LPs.
A partir de 1995, as vendas do LP declinaram acentuadamente em função da estabilização da moeda (consequência do Plano Real) e melhoria do poder aquisitivo da população, que permitiu a população adquirir mídias musicais mais modernas. Artistas que pertencem a grandes gravadoras, gravaram suas músicas em LP até 1997, e aos poucos, o bom e velho vinil saía das prateleiras do varejo fonográfico, mas retornou, timidamente, no final da primeira década do Século XXI.
Apesar disso, alguns audiófilos ainda preferem o vinil, por ser um meio de armazenamento bem mais fiel que o CD.

Processo de fabricação

A gravação e produção do disco de vinil segue um processo mecânico complicado, do tipo analógico, que se completa em sete etapas. Apesar da complexidade, a produção de um disco não dura mais de meia hora no total.
•             Depois de a música ser gravada, misturada e masterizada em estúdio, em fita magnética ou, na atualidade, em algum suporte digital, esta gravação é remasterizada para adaptar ao meio em que vai ser gravada, o que é especialmente importante nos discos de vinil devido à sua resposta na frequência, à interferência entre canais (estéreo, por exemplo) provocado pelo processo mecânico de corte e posteriormente pela leitura por agulha, e pela dependência do tempo total disponível no disco relativamente ao volume da gravação, sendo este um processo decisivo no resultado final.
•             O processo de remasterização pode implicar (dependendo da técnica e equipamento usado) a eliminação de certas frequências, um trabalho aturado sobre a diferença de fase de audio (entre canais), assim como a normalização do nivel de volume (nível sonoro do sinal), que pode passar por compressão, determinação da intensidade relativa dos instrumentos entre os canais, e determinação da largura e profundidade do sulco em função da duração total da obra a gravar no disco, uma vez que quanto maior o volume da gravação mais largura ocupará o sulco e, portanto menor será a duração máxima possível do que se poderá gravar no disco em causa.
•             Nesta fase, conhecida como "cortar a matriz" (também se pode cortar um dubplate se o objetivo final não é prensar outros discos) transfere-se o conteúdo da fita dita master para a matriz de acetato também conhecida como lacquer master. É um disco geralmente feito de alumínio polido recoberto com um banho depositado por gravidade de laca nitrocelulosica (acetato de nitrocelulose) negra, ou (dependendo do fabricante) com tons azul ou avermelhados, e com uma espessura entre 0,6 e 1 mm. O equipamento usado para o corte da matriz de acetato é conhecido como "torno vertical de gravação fonográfica", o qual contém uma cabeça de corte que grava (corta e modula o corte) o sulco, transferindo a música contida na fitamaster para o matriz de acetato, passando entretanto por um processador que lhe aplica uma equalização especial chamada curva RIAA para gravação, o qual adapta o sinal registrado às características físicas de um disco de vinil. As entradas "phono" de um amplificador ou mesa de mistura diferenciam-se de qualquer outra entrada do mesmo equipamento (para CD, por exemplo) por incorporarem uma equalização inversora da curva RIAAde gravação, e chamada curva RIAA de reprodução. A necessidade deste processo de equalização deve-se às características mecânicas do processo de gravação e reprodução, e às suas inerentes limitações e características. 
•             Uma vez gravada a matriz de acetato ou master, esta é lavada com detergentes e coberta com cloreto de estanho, o qual permite a aderência de uma delgada capa de prata que é então aplicada. 
•             O disco já prateado é submerso numa solução de níquel, que adere ao disco e o cobre por completo, por processo galvânicos (aplicação de uma corrente elétrica). Este disco, assim preparado, é então retirado e novamente lavado. A este processo chama-se banho galvânico ou galvanoplastia.
•             A capa de prata e níquel é então retirada da matriz de acetato, obtendo-se portanto uma cópia negativa da mesmo, chamada simplesmente matriz, "macho" ou disco pai. 
•             Do disco matriz, é obtida uma cópia positiva, chamada disco mãe. Se este disco contém a informação correta o processo é repetido até se obterem mais oito discos "mãe". De cada uma das 8 cópias do "disco mãe" fazem-se duas cópias negativas, chamadas discos estampadores ou "carimbos". Este processo é repetido com o outro disco pai que representa o outro lado do disco final. 
•             A partir do "disco estampador" (ou "carimbo") tiram-se as cópias positivas finais ou copias comerciais, por simples prensagem de uma pastilha quente de cloreto de polivinilo ou mais modernamente de poliester, chamado o "donut", entre os dois carimbos, moldes estampadores ou matrizes correspondentes às duas faces do disco. Finalmente adiciona-se, por simples colagem, a etiqueta em cada face do disco, identificando o seu conteúdo. Esta cópia final é a que é vendida ao público. Actualmente as tiragens de discos de vinil com cada matriz de acetato não ultrapassam em geral a centena de unidades, quando na sua época se atingiam tiragens de muitos milhares.
Existe ainda uma técnica denominada "direct metal mastering" (masterização directa em metal) ou DMM na qual a música é transferida directamente para um disco metálico relativamente pouco duro, em geral de cobre. Por este processo, apenas é necessário seguir o processo galvânico para obter os estampadores, diminuindo os custos de produção. Também existem discos em que o processo de corte é efectuado a uma velocidade mais baixa que a de reprodução, normalmente metade ou um quarto, sendo o disco resultante de qualidade notavelmente melhor em toda a banda de freqüências audível pelo ouvido humano. Este mesmo processo permitiu também gravar vídeo em discos de vinil, ou áudio multicanal, como foi o caso dos formatos cd4, SQ, QS (ou outros sistemas de 4 canais). 

Tipos

Durante o seu apogeu, os discos de vinil foram produzidos sob diferentes formatos:
•             LP: abreviatura do inglês Long Play (conhecido na indústria como, Twelve inches--- ou, "12 polegadas" (em português) ). Disco com 31 cm de diâmetro que era tocado a 33 1/3 rotações por minuto. A sua capacidade normal era de cerca de 20 minutos por lado. O formato LP era utilizado, usualmente, para a comercialização de álbuns completos. Nota-se a diferença entre as primeiras gerações dos LP que foram gravadas a 78 RPM (rotações por minuto).
•             EP: abreviatura do inglês Extended Play. Disco com 17,5cm de diâmetro (7 polegadas), que era tocado, normalmente, a 45 RPM. A sua capacidade normal era de cerca de 8 minutos por lado. O EP normalmente continha em torno de quatro faixas.
•             Single ou compacto simples: abreviatura do inglês Single Play (também conhecido como, seven inches---ou, "7 polegadas" (em português) ); ou como compacto simples. Disco com 17 cm de diâmetro, tocado usualmente a 45 RPM (no Brasil, a 33 1/3 RPM). A sua capacidade normal rondava os 4 minutos por lado. O single era geralmente empregado para a difusão das músicas de trabalho de um álbum completo a ser posteriormente lançado .
•             Máxi: abreviatura do inglês Maxi Single. Disco com 31 cm de diâmetro e que era tocado a 45 RPM. A sua capacidade era de cerca de 12 minutos por lado..
Discos de vinil de 12 (LP), 10 (EP) e 7 (single) polegadas, respectivamente.

Analógico X digital

Os discos de goma-laca de 78 rotações foram substituídos pelo LP. Depois o CD tomou o lugar de destaque do LP, pois teve ampla aceitação devido sua praticidade, seu tamanho reduzido e som, aparentemente, livre de ruídos. A propaganda do CD previa o fim inevitável do LP, que é de manuseio difícil e delicado. Na verdade, décadas após a criação dos CD os discos de vinil ainda não foram totalmente aposentados.
Entusiastas defendem a superioridade do vinil em relação às mídias digitais em geral (CD, DVD e outros). O principal argumento utilizado é o de que as gravações em meio digital cortam as frequências sonoras mais altas e baixas, eliminando harmônicos, ecos, batidas graves, "naturalidade" e espacialidade do som. Estas justificativas não são tecnicamente infundadas, visto que a faixa dinâmica e resposta do CD não supera em todos os quesitos as do vinil. Especialmente quanto se trata de nuances que nos sistemas digitais são simulados através de técnicas de dithering.
Os defensores do som digital argumentam que a eliminação do ruído (o grande problema do vinil) foi um grande avanço na fidelidade das gravações. Os problemas mais graves encontrados com o CD no início também foram aos poucos sendo contornados. Os sucessores do CD, o DVD-Audio e o SACD, oferecem largura de banda e amostragens superiores ao CD, apesar de sua baixa penetração no mercado, devido à proliferação do mp3, um formato digital independente de mídia, mas com notáveis perdas de qualidade de som devido aos algoritmos de compactação de dados.
Ainda existe o forte aspecto lúdico que os discos de vinil proporcionam segundo os seus defensores, já que a embalagem comercial do LP proporciona um espaço muito maior de exposição em relação ao CD por exemplo; onde costuma-se inserir artes e posters em tamanho muito superior, e de fato vários vinis lançados ao longo dos seus anos dourados (e atualmente também) possuem em suas embalagens verdadeiras obras de arte, muito apreciadas por entusiastas que as manuseiam durante a audição dos discos. Este ritual próprio de desembalar, manusear cuidadosamente o disco, apreciar a arte dos grandes encartes, virar manualmente os lados quando estes acabam é muito apreciado pelos defensores desta mídia analógica, representando uma melhor apreciação do som e do produto mercadológico oferecido pelo artista.
Por estes motivos até hoje se fabrica LP e toca-discos em escalas consideráveis, bem como intensa procura e troca de novos e usados, que são objetos de relíquia e estima para audiófilos e entusiastas de música em geral.

Ressurreição do vinil

Na segunda metade de 2008, os proprietários da Polysom, informados do volumoso crescimento na venda de vinis nos Estados Unidos e na Europa, depararam-se com a possibilidade de adquirir o maquinário da antiga fábrica e reativá-la. Em setembro do mesmo ano, começaram as diligências e os estudos que resultaram na aquisição oficial, em abril de 2009. No final de novembro de 2009, depois de meses de restauração, a fábrica finalmente fica pronta, sendo feitos os primeiros testes com os LPs produzidos. A fábrica tem capacidade para produzir 28 mil LPs e 14 mil Compactos por mês. Estabeleceu-se como única fábrica de vinis de toda a América Latina, condição que mantém até hoje.

Toca Discos

Toca-discos, radiola, vitrola (português brasileiro) ou gira-discos (português europeu) é um aparelho eletrônico ou aparelho de som para tocardiscos de vinil. Consiste de uma base que acomoda o prato circular, que gira no sentido horário acionado por um motor elétrico, com um pino central onde se deposita ou encaixa o disco ; à direita existe um braço pivotante contendo, na extremidade, uma cápsula fonocaptora e agulhapara se fazer a leitura dos micro-sulcos do vinil. Para se ouvir o disco, desde o início, a agulha é colocada na borda externa do disco. As velocidades de rotação do prato podem ser de 16, 33 e 1/3, 45 ou 78 RPM, dependendo do modelo do toca-discos e do disco que será tocado.
No auge do LP vários fabricantes colocaram no mercado muitos modelos, alguns bem simples, sem recursos e outros muito sofisticados, com variados recursos para audição de alta fidelidade, tais como ajuste fino da velocidade por meio de marcação estroboscópica, braços precisos, leves, com vários ajustes e equipados com cápsulas de excelente qualidade.
Um item muito importante é a cápsula fonocaptora e a agulha. Os toca-discos mais simples possuem cápsulas de pouco desempenho, enquanto que os toca-discos de alta fidelidade possuem cápsulas com excelente desempenho e com resposta de frequência superior, fazendo uso de agulhas elípticas que melhor se ajustam aos sulcos do vinil, permitindo uma leitura mais precisa e resultando em reprodução sonora superior.

Base do toca-discos

 A função da base do toca-discos é servir de sustentação para os demais elementos.
Geralmente possui uma tampa acrílica basculante para proteção contra poeira e pés anti-ressonantes.
A base geralmente é fabricada em madeira revestida ou pintada, mas utilizam-se diversos materiais, tais como plástico, vidro e acrílico.
Ela deve ser perfeitamente plana e nivelada, para não afetar a correta leitura do disco.
O tipo de montagem da base pode ser inteiriça, ou sobre uma segunda base chamada de plinth, que a separa da primeira.
Essa separação algumas vezes é feita através de molas que têm a função de absorver vibrações que podem ser transmitidas à base de sustentação para evitar um efeito conhecido como realimentação acústica.


Prato/Motor

O prato tem a função de acomodar e girar o disco de vinil no sentido horário e na rotação em que foi gravado, para que o conjunto braço/cápsula/agulha possa trilhá-lo e ler as informações sonoras nele armazenadas. Aparentemente é algo simples de ser feito, mas o tipo de tração utilizado é muito importante para que a rotação seja correta e constante, além do que esse mecanismo deve ser o mais silencioso possível, pois a cápsula capta não só as vibrações dos sulcos do vinil, como também as vibrações do conjunto Prato/motor.


Tipos de tração

Existem três sistemas de tração, que fazem girar o prato: Por polia, correia ou acionamento direto.

Polia (Idler-wheel)

O sistema de polia consiste basicamente de uma polia de borracha ligada ao eixo do motor, que em contato com o prato o faz girar. É um sistema barato mas que pode ocasionar ruídos perceptíveis na audição ("rumble"). Desse modo é muito utilizado em toca discos mais simples e baratos, ou nos mais antigos. No entanto, há aparelhos cuja construção reduz muito esse ruído, como os Garrard 401, muito usados profissionalmente a partir do final da década de 1960. Atualmente um aparelho de referência que usa esse sistema é o Garrard 501.

Correia (Belt-drive)

O segundo utiliza uma correia de borracha que abraça o eixo do motor e o prato. É um sistema normalmente muito silencioso, preferido por muitos audiófilos em toca-discos High End, especialmente pelo fato de este sistema de tração transmitir menos emissões eletromagnéticas que possam ser captadas pela cápsula fonocaptora.

Tração Direta (Direct-drive)

No terceiro sistema o próprio eixo do motor é o eixo do prato. É considerado o melhor de todos pelos DJs, devido ao alto torque que esse sistema proporciona, porém é o mais caro e o mais difícil de ser construído, pois utiliza motor mais elaborado e circuitos eletrônicos para regular a rotação do Prato. Algumas cápsulas fonocaptoras podem eventualmente captar algum ruído (conhecido como "hum", normalmente de 50Hz ou 60Hz) proveniente das emissões eletromagnéticas desse sistema.

Controle de velocidade

O sistema estroboscópico é um indicador por meio do qual o prato, na correta rotação, é mostrado aparentemente estacionário, quando iluminado por uma luz em certa frequência, 50 ou 60 hertz. Isso é possível através de uma faixa de pontos ou marcações em torno de suas bordas ou sobre os mesmos, iluminada por uma lâmpada néon ou um led que emite luz através de pulsos controlados por um circuito especial. Quando a velocidade do prato estiver ajustada corretamente em 33 e 1/3, por exemplo, os pontos parecem estacionados.

Braço
 
A função do braço é servir de suporte para que a cápsula fonocaptora e sua agulha trilhem os micro-sulcos do disco. No braço dos toca-discos ficam, entre outros, o sistema de lift, os ajustes de forca anti-resvalo, pressão da agulha e o cabeçote ou Shell, que serve de suporte e ajuste para a cápsulafonocaptora. O braço também é muito importante, pois ajuda a conduzir corretamente a cápsula em seu trajeto pelo sulco. Existem braços automáticos que descem automaticamente no início dos discos e voltam a sua posição de repouso ao término do mesmo. Braços manuais devem ser inseridos e retirados manualmente do disco.

Tipos de braços

Braço Equilibrado Dinamicamente Tipo de braço onde as massas são equilibradas com uma força de rastreio aplicada por uma mola.
Braço Equilibrado Estaticamente As massas são inicialmente equilibradas, para o posterior reequilíbrio, com um peso determinado, por meio de umamassa concêntrica ao braço.
Braço Tangencial (Radial Tonearm) Este tipo de braço trilha o disco de vinil tangencialmente, para que não haja erro de rastreio.

Sistemas de regulagens dos braços

Sistema de lift é uma alavanca com sistema de amortecimento viscoso que permite subir e abaixar o braço suavemente no disco, evitando danos ao disco e agulha. Erro de Rastreio é o ângulo formado pela linha que passa pelo eixo da cápsula fonocaptora com a tangente ao sulco do disco no ponto de contato da agulha com o disco. É decorrente do emprego de braços pivotados nos toca-discos analógicos. Existem gabaritos que minimizam esse erro, sendo que esse erro é zero nos braços tangenciais.
A Pressão da Agulha ou Força de Rastreio ou Tracking Force é a força vertical (em gramas) exercida pela agulha sobre o sulco do disco e varia conforme o modelo e tipo de cápsula. Deve ser elevada o suficiente para manter o contato da agulha com o sulco durante todo o rastreio. Um valor baixo ou mais elevado aumentará o desgaste do disco. Muitas cápsulas operam melhor na metade superior de suas faixas de pressão recomendadas. Esse ajuste é obtido no braço através de um sistema de contra-peso graduado em gramas.
Anti-Resvalo ou Anti-Skating é um dispositivo do braço que tem por finalidade aplicar uma pequena força mecânica no eixo do mesmo, de forma a equilibrar a força centrífuga que surge pela rotação do prato e tende a fazer a agulha trilhar mais o lado interno do sulco do disco, que equivale ao canal esquerdo. Essa força pode ser mecânica, através de mola ou contra-peso e magnética, através de imãs.

Cápsula

A cápsula fonocaptora ou fonográfica e sua agulha, instalada na ponta do braço do toca-discos, tem a função de extrair as informações sonoras gravadas nos discos de vinil. Trata-se de um transdutor eletromecânico miniatura que converte a energia mecânica (produzida pela fricção da agulha percorrendo os micro-sulcos sinuosos impressos na superfície dos discos de vinil) em energia elétrica que depois é amplificada e finalmente convertida em energia sonora pelos alto-falantes (transdutor eletroacústico) das caixas acústicas. Os toca-discos mais simples possuem cápsulas de pouco desempenho, enquanto que os toca-discos de alta fidelidade possuem cápsulas com excelente desempenho e com resposta de frequência superior, fazendo uso de agulhas que melhor se ajustam aos sulcos do vinil, permitindo uma leitura mais precisa e resultando em reprodução sonora superior. Ou seja, a qualidade da informação que produz é fator determinante para que os outros aparelhos de som reproduzam da melhor forma possível o som gravado no LP.

Tipos de cápsulas

Cápsula Cerâmica Modelo mais simples de cápsula, onde a captação de cada canal é realizada por uma pequena lâmina piezoelétrica (cerâmica). Geralmente tem uma faixa de frequência de resposta mais limitada (100 Hz - 10 kHz). Oferece tensão de saída relativamente alta, entre 100 mV e 250 mV ou até mais.
Cápsula Magnética ou de Relutância Variável (lnduced Magnet) O ímã e a bobina são fixos num suporte. As vibrações são transmitidas a uma pequena lâmina que, ao vibrar, corta as linhas do campo magnético do ímã variando a indução sobre a bobina, acarretando a circulação de uma corrente e o sinal de áudio. A tensão de saída dessas cápsulas geralmente fica entre 2,5mV e 7mV.
Cápsula Magnetodinâmica (Moving Magnet) Onde o ímã é móvel e a bobina é fixa. Os movimentos, a partir das vibrações captadas pela agulha ao percorrer o micro-sulco do disco de vinil, são transmitidas ao ímã, que movimentando-se, faz variar a indução de seu campo magnético sobre a bobina, criando uma corrente elétrica através desta e originando o sinal de áudio. Fornece tensão de saída similar às de Relutância Variável, ou seja, entre 2,5mV e 7mV.
Cápsula Dinâmica (Moving Coil) O ímã é fixo e a bobina é móvel. A bobina, movimentando-se dentro do campo magnético do imã, provoca a circulação de uma corrente elétrica através da bobina, originando o sinal de áudio. Aqui a tensão de saída fica entre 0,4mV e 2mV. Há cápsulas do tipo MC chamadas de “high output” ou “high energy”, em que a tensão de saída é algo entre 1,5mV e 2,5mV, mas além de raras são relativamente pesadas já que esse acréscimo na tensão de saída é obtido através do aumento do tamanho das bobinas.
As três últimas cápsulas, magnéticas, reproduzem muito bem frequências entre 20Hz e 20.000Hz, e há as que chegam a reproduzir com qualidade as frequências entre 5Hz e 50.000Hz.

Agulha

As agulhas dos toca-discos são feitas de um material bem duro, como a safira ou diamante e recebem um tratamento para que sua superfície fique extremamente lisa. No caso de discos estéreo, as laterais da agulha apóiam-se nas laterais do sulco. Quando a agulha fica gasta, ela adquire faces pontiagudas que destroem facilmente os sulcos do disco e precisam ser substituídas.
Além de lisa, a agulha é muito leve e pequena. Ela é montada no cantilever, uma pequena e leve haste metálica presa a um suporte de borracha bem macia. Esse mecanismo permite que a agulha percorra a trilha do sulco sem danificá-lo.

Tipos de agulhas

Agulha Cônica ou esférica (Conical, Spherical) Agulha fonocaptora de secção transversal circular.
Agulha Elíptica ou Bi-Radial De seção transversal semelhante a uma elipse, que emprega dois raios de circunferência diferentes.
Existem ainda vários outros tipos de agulhas especiais, feitas com o objetivo de enfatizar certas características de captação das paredes dos sulcos dos discos, como as agulhas Line-Contact, Stereohedron ou Shibata.
Agulhas para discos estéreo são mais finas do que agulhas para discos mono, não sendo portanto recomendadas para discos mono sob pena de desgaste prematuro da mesma.
Agulhas para discos mono, por sua vez, podem não trilhar corretamente discos estéreo, podendo inclusive danifica-los.
Na década de 60 foi introduzido um conjunto que consistia de uma cápsula fonocaptora especial (agulha) que, amparada de discos em vinil especiais e aparelhagem própria, permitia reproduzir sons quadrifônicos. Devido ao alto custo de produção e da aparelhagem necessária aos ouvintes, além de problemas de compatibilidade entre um sistema quadrifônico e outro, pouquíssimos títulos de LP foram lançados em quadrifonia permanecendo atualmente em quase esquecimento. Um dos títulos mais conhecidos lançados com o recurso de quadrifonia é uma edição especial do The Dark Side of the Moon da banda Pink Floyd.

Como limpar discos de vinil

ATENÇÃO: Esse método não foi testado pela nossa equipe.

limpeza de um disco de vinil pode ser uma tarefa rápida, manter os seus discos de vinil livre de poeira ou outras sujidades proporcionara uma melhor experiencia e qualidade do som, evitara o risco de danificar o disco de vinil e aparelho.
Saiba como limpar discos de vinil.
toca discos, também conhecido como leitor de discos vinis, utiliza uma agulha que passa pelos sulcos do disco e reproduz o som. Esta agulha pode danificar o disco e atrapalhar na qualidade da musica quando a agulha ou o disco de vinil estiver sujo, então limpar um disco de vinil é um passo importante para manter a boa qualidade de som e vida útil do aparelho e disco por muito mais tempo.
Antes de qualquer dica caseira sobre como limpar discos de vinil (LP) saiba que existe a possibilidade de limpar os seus discos através da compra de uma solução de limpeza que é comercialmente disponível para este proposito, um fluído especial para limpeza de discos de vinil que pode ser facilmente encontrado fazendo uma busca na Internet ou em lojas especializadas.
Antes de fazer a limpeza dos seus discos de vinis seguindo a dica caseira abaixo é aconselhável utilizar um disco que já apresente problemas, ideal para fazer testes e ver se a dica funciona bem com você.
  • Coloque o disco de vinil embaixo da torneira com água corrente, se você utiliza algum tipo de filtro melhor ainda. Tenha cuidado durante a lavagem para não molhar os selos, você pode utilizar um tapa selos para a sua proteção.
  • Já com a mão devidamente lavada e limpa, segure o disco de vinil com uma mão, em seguida coloque um pouco de detergente neutro nas áreas que serão lavadas.
  • Utilizando um pouco de algodão, passe suavemente sobre todos os sulcos do vinil.
  • Depois de limpo, enxague com água corrente o lado do disco que você acabou de limpar, certifique-se de remover qualquer resquício de sabão e também fiapos de algodão.
  • Depois de limpo um lado repita todo o procedimento de limpeza no outro lado do disco.
  • Deixe o disco de vinil secar completamente em um local bem ventilado, que não tenha acumulo de pó e em posição vertical, deixe o disco secar naturalmente.
Lembre-se, esta dica é sobre como limpar os seus discos de vinil, apenas removera toda a poeira e outras sujidades sobre o disco. Alguns discos podem conter arranhões e desgaste. Nenhuma dica de limpeza irá corrigir isso. Assim, depois de realizar a limpeza, algum discos de vinil podem parecer perfeitos e outros não.

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